quinta-feira, 10 de junho de 2010

PROJETO "BIODIVERSIDADE"

Prof: Mateus de Andrade

O presente projeto “Biodiversidade” foi realizado com o intuito de proporcionar a melhoria do ensino de ciências na sua prática e teoria, mas pensando também em uma educação ambiental voltada para uma alfabetização científica.
No projeto foram realizados várias práticas desenvolvidas primeiramente em sala de aula, visando pricipalmente a contextualização para um melhor entendimento do que é a “biodiversidade”. Para pensarem na preservação das áreas nativas não só uma espécie de fauna e flora, ou de um ecossistemas específico. Mas sim possibilitando compreender que existem muitos locais que devem ser conservados, podendo ser estudados, e se preciso fose até recuperados, para comtemplarmos e repensarmos sobre o que estamos fazendo com todos esses seres vivos que também dependem diretamente do meio ambiente como nós.
Este projeto tem por principal objetivo possibilitar a todos os estudantes pensar sobre a biodiversidade do Brasil e visitar locais preservados e identificados, que se revestem com uma proposta educativa ambiental e social, como o Parque Ecológico Ingo Altenburg, localizado no Município de Ituporanga – SC, criado pela Fundação de Assistência social – FUCAS, em parceria com a Associação de Proteção Ambiental – Mãe D’ Água, de uma especial importância, pois representa uma prática boa e duradoura de contribuição para a conservação da nossa biodiversidade.
Envolvemos ainda neste projeto um Concurso de desenho "Biodiversidade do Brasil"!, participando em duas categorias, a de desenho e também fotografia, da Fundação Oswaldo Cruz, juntamente com o Museu da Vida e Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA.

O termo "biodiversidade", ou "diversidade biológica", é usado para descrever a variedade da vida em uma região. Quanto mais vida presente, mais biodiversa a região se torna. O cálculo da biodiversidade é feito através da quantidade de ecossistemas, espécies vivas, patrimônio genético e endemismo, ou seja, ocorrências biológicas exclusivas de uma região. O Brasil é o país com maior quantidade de espécies endêmicas: 68 mamíferos, 191 aves, 172 répteis e 294 anfíbios. As atuais estatísticas sobre biodiversidade, tanto no Brasil como no mundo, são baseadas apenas nas espécies conhecidas até hoje. Cálculos da Universidade Harvard feitos em 1987 estimavam a existência de algo em torno de 5 milhões de espécies de organismos vivos no planeta. Estudos mais recentes mostram que a biodiversidade global deve se estender a até 100 milhões de espécies. Destas, apenas 1,7 milhões já foram catalogadas. "A disparidade entre o que se conhece e o que se acredita existir mostra como sabemos pouco sobre a biodiversidade mundial", afirma Lidio Coradin, do Programa Nacional de Biodiversidade e Florestas e Recursos Genéticos da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente. Novas espécies são descobertas todos os dias e outras desaparecem sem que se tome conhecimento de sua existência.
Existem dezessete países no mundo considerados "megadiversos" pela comunidade ambiental. São nações que reúnem em seu território imensas variedades de espécies animais e vegetais. Sozinhas, detêm 70% de toda a biodiversidade global. Normalmente, a "megadiversidade" aparece em regiões de florestas tropicais úmidas. É o caso de países como Colômbia, Peru, Indonésia e Malásia. Nenhum deles, porém, chega perto do Brasil. O país abriga aproximadamente 20% de todas as espécies animais do planeta. A variedade da flora também é impressionante. De cada cinco espécies vegetais do mundo, uma está por aqui. A explicação para tamanha abundância é simples. Os 8,5 milhões de quilômetros quadrados do território brasileiro englobam várias zonas climáticas, entre elas a equatorial do Norte, a semi-árida do Nordeste e a subtropical do Sul. A variação de climas é a principal mola para as diferenças ecológicas. O Brasil é dono de sete biomas (zonas biogeográficas distintas), entre eles a maior planície inundável (o Pantanal) e a maior floresta tropical úmida do mundo (a Amazônia).
A Floresta Amazônica é a grande responsável por boa parte da riqueza natural do país. Com 5,5 milhões de quilômetros quadrados, possui nada menos que um terço de todas as espécies vivas do planeta. No Rio Amazonas e em seus mais de 1 000 afluentes, estima-se que haja quinze vezes mais peixes que em todo o continente europeu. Apenas 1 hectare da floresta pode trazer até 300 tipos de árvore. A floresta temperada dos Estados Unidos possui 13% do número de espécies de árvores da Amazônia. A Floresta Amazônica é considerada a grande "caixa-preta" da biodiversidade mundial. Há estimativas que indicam existir mais de 10 milhões de espécies vivas em toda a floresta, mas o número real é incalculável.
Para se ter uma idéia do grau do desconhecimento sobre a Amazônia, sua região mais rica em biodiversidade foi descoberta recentemente. O Alto Juruá, no Acre, ostenta o saldo invejável de 616 espécies de ave, cinqüenta de réptil, 300 de aranha, 140 de sapo, dezesseis de macaco, além de 1 620 tipos de borboleta. Tudo isso num ambiente já alterado pelo homem. O curioso é que, segundo os cientistas, foi exatamente a ocupação humana (em baixa escala, é claro) que deu ao Alto Juruá a exuberância que exibe hoje. O desmatamento moderado para a criação de roçados e clareiras nos seringais é semelhante à ação de pequenas devastações naturais, como as tempestades. Espécies já estabelecidas e dominantes são abaladas e cedem espaço a outras mais frágeis, que sem esses minicataclismos não teriam condição de se impor e florescer.
No Brasil, milhares de animais, plantas e microrganismos ainda estão para ser descobertos, graças à variedade climática e de ecossistemas do país. Na própria Amazônia, há uma diversidade enorme de ambientes, que vão das áreas de mata fechada aos cerrados. Calcula-se que hoje no Brasil a exploração da biodiversidade responda por cerca de 5% do PIB do país, 4% dos quais vêm da exploração florestal e 1% do setor pesqueiro. Uma pesquisa publicada recentemente na revista Nature mostra que o valor dos serviços proporcionados pela biodiversidade mundial pode atingir 33 trilhões de dólares por ano. É um patrimônio mal explorado. Pesquisas sobre o potencial farmacêutico de espécies da Amazônia praticamente não existem no país. Também é grande o contrabando de espécies na chamada biopirataria. São problemas que só serão resolvidos quando o país perceber que é mais vantajoso tirar dinheiro da floresta viva do que devastá-la, mas parece que isto não acontecerá, sua devastação parece inevitável.

Fotos da Visitação no Parque





























Meio Ambiente e história

Por: Vilmar Berna é escritor e jornalista, editor da Revista e do Portal do Meio Ambiente.

Uma das características que nos diferenciam das outras espécies é nossa capacidade de olhar para o passado.

Nossos museus e patrimônios preservados em cidades como Paraty ou Vassouras, no estado do Rio de Janeiro, contam muito sobre a história, sim, mas sobre os ricos e poderosos, como viveram, onde moraram, o que vestiam, como se transportavam. Mas onde está a versão da história contada pelos índios, que perderam suas terras, vidas e liberdade - e continuam perdendo? Onde está a versão da história contada pelos negros expatriados à força e escravizados sob tortura no Brasil – e que até hoje, sem uma reforma agrária, foram lançado aos milhões na miséria? Onde está a versão dos imigrantes trazidos para o Brasil com a promessa de terras e apoio governamental e tornaram-se mão de obra barata – e até hoje lutam e sofrem com os baixos salários? Onde está a história dos tropeiros, primeiros empreendedores que teceram uma rede de comércio que tornou nosso país independente da Colônia? Em que parte da história está a luta contra a opressão desses bravos que formaram a classe dos trabalhadores brasileiros?

A história que nos ensinam desde os bancos escolares não conta o que aconteceu de fato, mas versões dos fatos, e principalmente as versões dos que tinham o poder para publicar o que quisessem e o poder de reprimirem e censurarem os seus críticos! Era assim no passado, é assim ainda hoje. A comunicação não é neutra, muito menos comprometida com a verdade, mas comprometida com a verdade dos poderosos.

Será que sucessivas gerações que nos antecederam não conseguiram ver o desastre que era toda aquela destruição contra a natureza e toda aquela exploração e dominação sobre pessoas indefesas, enquanto se abriam os caminhos a ferro e a fogo em nome do progresso?

Se as informações que recebemos da história e sobre o nosso passado forem mentirosas ou tendenciosas, nossa análise sobre o futuro estará comprometida e corremos o risco de repetir os mesmos erros, indefinidamente. Agora mesmo, podemos estar cometendo os mesmos erros do passado, aceitando uma imprensa comprometida com os poderosos; governantes comprometidos com os interesses de seu partido, do seu governo e de grupos que, em nome do povo e usando do discurso social e democrático, buscam se assenhorar do Estado para cuidarem de seus interesses, que não são necessariamente os interesses do povo que os elegeu! E por detrás deles, o interesse econômico que a tudo e a todos quer transformar em mercadoria!

E ao povo, pão e circo, como já era oferecido desde o Império Romano, mas agora nas suas formas mais modernas das bolsas-pobreza e de uma televisão que aliena.

Nosso passado não foi muito diferente do que tem sido nosso presente, e se não formos capazes de perceber as armadilhas seguiremos repetindo os mesmos erros, escravos agora de nossas ilusões e das mentiras dos poderosos de sempre!

quarta-feira, 9 de junho de 2010